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sexta-feira, 11 de março de 2011

O assassinato da Rua 34 - Um caso de Marry Estevens.

CAPÍTULO UM


22 de Abril de 1989 – Casa dos Bauner


Todos se divertiam muito.Roger Bauner e sua esposa Juliana Bauner davam uma festa para seus filhos.Não era bem uma festa, mas sim, uma reunião familiar, segundo aqueles que não foram convidados e ouviam os murmúrios que vinham de dentro da casa.
Marry era a mais nova e não se enturmava com os seus dois irmãos, a Sophia e o Sávio que corriam pela casa de um lado para outro enquanto os pais conversavam na mesa.
A festa era para comemorar o novo e deslumbrante emprego que o pai conseguira.
Marry sentou-se na poltrona, e ficou olhando para os pais sem desviar os olhos um só momento. Ela sentia-se preocupada com alguma coisa mas não sabia o que era.
Uma forte dor de cabeça a atacou naquele momento e Marry começa a chorar.
As luzes se apagaram e depois vieram os tiros...


— A Rua 34 sempre foi muito pacata. – murmurou a mulher para o policial.

A polícia cercava o local da casa dos Bauner.Todos os vizinhos a rodeavam e faziam perguntas sobre o que acontecera com os Bauner. Um policial fazia perguntas à vizinha que morava ao lado.
— A senhora viu alguém estranho na casa?
— Não só ouvi um barulho de tiros! – disse a mulher.

Chegava na rua naquele momento um outro carro da polícia, mas do departamento de Los Angeles. Era Michelle Bauner, a irmã mais nova de Roger.Ela correu para dentro da casa desesperada.

— Onde estão? – perguntou ela.
— Só sobrou a mais nova! – disse o policial.

Mesmo com a dor o semblante do rosto de Michelle parecia com de um anjo.
Marry estava na poltrona em estado de choque, permanecia no mesmo lugar que se sentara antes.Michelle aproximou-se dela e disse:

— Marry! A tia está aqui.

A menina, porém, não se mexeu...


Sacramento – 22 de Abril de 2009

— Ela tinha apenas dois anos quando aconteceu. – disse Michelle.
— Você não vai contar a ela...
— Não! Vou deixar ela esquecer do passado.Eu espero que ela consiga o que deseja, mas não queria ter que deixá-la.
— Você não precisa deixá-la! – disse o Analista.

Michelle estava em uma sala conversando com seu amigo e Analista, Patrick Sanches.
Os dois tinham uma coisa muito forte, que não se podia denominar apenas, amizade, mais sim um início de uma paixão.

— Hoje faz vinte dois anos da morte deles.
— Ela deve estar se torturando, não é ?
— Sei lá Patrick, prefiro não acreditar nessas coisas de premonições! Todas as noites desde a morte deles, ela sentava na poltrona e ficava na mesma posição em que a encontrei no dia.
— Mas isso não quer dizer que seja especificamente uma lembrança dos pais! – disse Patrick.
— Pode ser...
Uma pausa surgiu entre os dois.Michelle se levantou e sentou olhando-o nos olhos.
— O que foi? – perguntou ele.
— Me beije! – pediu ela.

Patrick não hesitou. O beijo foi profundo e seguro.Não havia dúvidas sobre o temperamento de Michelle enquanto ao amor.Pois havia perdido o único irmão e sentia-se sozinha.

— Tenho que ir. – disse ela. – Vou levar a Marry para a academia.

Os braços de Patrick entrelaçavam sua cintura e faziam movimentos parecidos como os raios que ocupam o céu nas noites de tempestade.

— É sério, tenho que ir! – disse ela.
— É bom ter um Analista para todas as horas! – disse ele sorrindo.

Michelle levantou-se dando um último beijo.

— E para todos os momentos! – murmurou ela.

Patrick acompanhou-a até a porta.Ela mexeu na bolsa e retirou a chave de sua Hilux.Entrou no carro e seguiu para casa.

A porta do guarda-roupas abria com facilidade.Eu já estava com vinte anos. É um pouco difícil para uma garota se arrumar para uma festa, ainda mais se essa festa for a sua formatura.
Tia Michelle acabara de chegar.Definitivamente ela não se atrasava para essas coisas.
Ela parou sua Hilux na garagem e subiu.

— Está pronta? – perguntou ela.
— Quase! – respondeu Marry.
— Vamos logo se não vai se atrasar! – murmurou ela.

Não! Definitivamente ela não podia se atrasar. Deu os últimos retoques e desceu.Michelle não estava com uma cara boa, ela estava, um pouco...depressiva.
Entraram no carro.

— Tem certeza que é isso que você quer? – perguntou ela.
— Absoluta!

Michelle revirou os olhos e acelerou o carro.Ela achava que minha decisão fosse um pouco... Trágica.Como se fosse um típico início de vingança pela morte dos meus pais.

— Todos os meus amigos estarão lá! – murmurou Marry.
— E o Pablo também. – disse ela.
— Somos só amigos!
— Sei...Eu vejo o jeito que vocês se olham. – disse ela. – Ah! Querida, eu fiquei tão feliz que você está se dando bem.Depois que mudamos está se recuperando!

Pois é.Tiveram que mudar várias vezes por conta dos atentados que sofreram desde quando Marry era criança.

— Querida! Ele já deve estar morto. – disse ela tentando me fazer mudar de ideia.
— Se não estiver, eu mesma tomarei providências para que aconteça.
Não era uma questão de vingança e sim de justiça. – Pensei.

— A polícia não conseguiu encontrá-lo.Fizeram de tudo, mas não conseguiram.E eu acho que jamais vão conseguir.

Marry sabia o que Michelle queria. Queria que ela ficasse bem, mas ela jamais abriria mão disso.
Chegaram a um enorme prédio na Rua 28.Logo enfrente havia um cartaz.
- FORMANDO A DEFESA DO FUTURO –
Era um típico programa de motivação para todos.

— Olhe quem está lá. – disse Michelle apontando.
— Marry! – gritou ele.
— Bem, eu já vou!
Michelle agarrou no braço dela.
— Querida, esqueça do passado e pense no futuro!Há muitas coisas esperando por você.
Marry olhou para Pablo.
Depois perguntou a Michelle:

— Você não vai ficar?
— Desculpe querida, tenho que voltar para a delegacia.Mas vejo se venho ver você receber o diploma.
— Está bem tia, eu entendo.Até mais tarde então.
— Até! E divirta-se.

Marry desceu do carro e Michelle foi embora.Pablo vinha em sua direção com rapidez.Ele chegou perto e os dois se abraçaram.

— Preparada? – perguntou ele.
— Preparada para quê? – indagou Marry.
— Para o discurso!
— Ah não , Pablo! Eu não vou falar nada. – disse Marry.

Pablo segurou a mão de Marry e os dois entraram no prédio. O salão estava cheio e todo enfeitado que parecia festa de criança..A música eletrônica rolava solta e os cadetes dançavam ao seu som.

— Vamos Marry! – gritou Pablo.
— Eu já disse que...
A voz de Marry foi interrompida pela de Sabrina.Sabrina era a sua melhor amiga, depois de sua tia.
— Ahg Marry, você veioo! – disse Sabrina. Depois abraçou Marry.
— Eu estava preocupada...Não sabia como poderia ser.
— Eu também. – concordou Sabrina. — Estou um pouco sabe...
— Marry só está nervosa por causa do discurso. – disse Pablo.
— Eu já tenho tudo pronto para falar. – disse Sabrina.

Marry escuta um barulho.

— Que música é essa? – perguntou ela.
— É da Lady Gaga! – disse Pablo.

Marry então lembrou da sua tia, que gostava de escutar música eletrônica.